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Série: O Mecanismo
A maior operação anticorrupção do Brasil parece tanto caso de novela ou "aquela série da Netflix" que vai mesmo virar ficção. No último fim de semana, a gigante do streaming deu início às filmagens de O Mecanismo, série inspirada na Lava Jato comandada por José Padilha.
No elenco, Selton Mello assume o protagonismo, vivendo o papel de um delegado aposentado da polícia federal. Unem-se a ele Caroline Abras, interpretando uma ambiciosa agente federal, além de Enrique Diaz, Lee Taylor, Antonio Saboia, Jonathan Haagensen, Alessandra Colasanti, Leonardo Medeiros, Otto Jr. e Susana Ribeiro.

Embora a Netflix não tenha divulgado mais detalhes quanto à trama ou aos personagens que serão abordados, a série terá a assinatura de Padilha junto a Elena Soarez (Cidade dos Homens, Eu, Tu, Eles, Casa de Areia), e terá ares fictícios baseados na investigação policial de corrupção governalmental em empresas privadas e estatais.
As filmagens estão acontecendo entre São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília, e a primeira temporada terá oito episódios, com roteiro de Soarez e Sofia Maldonado.
De passagem pelo Brasil em fevereiro deste ano, o cocriador da Netflix Reed Hastings falou brevemente a respeito da série, até então sem título definitivo anunciado. De acordo com o CEO, a trama será "inevitavelmente polêmica", mas prometeu uma obra que não vai apoiar nenhum lado da história: "Entretenimento não toma partido, ele conta uma história", finalizou.
Filme: CAFARNAUM (Capharnaum )
A história não pede licença para incomodar. O pequeno Zain vive no inferno real, e não naquele hipotético fantasioso. O subúrbio libanês é palco de suas andanças e corridas, e menino que nem a própria idade sabe (supõe-se 12) tem um número igualmente incalculável de irmãos e pais prontos a ganhar todos os prêmios de piores progenitores do cinema, mas ainda assim completamente palpáveis, sem exagero ou polidez. A força das circunstâncias transformou todos aqueles personagens no que eles são, párias na mais completa tradução; ainda que não caiba a condenação, muito menos a proteção a nenhuma atitude. Apenas o absoluto horror, e a tentativa de sobrevivência a ele. Pois Zain está preso. 12 anos e algemado. Mesmo. Sua trajetória será contada no filme, diante de um tribunal que está expondo todo aquela realidade desgraçada.
Tecnicamente o filme tem diversos acertos e um grande erro. O músico Khaled Mouzanar (também um dia roteiristas) compôs partituras muito bonitas que são tratadas pela direção com responsabilidade, evitando sempre a superexposição de um trabalho que nunca é melodramático. A fotografia de Christopher Aoun também contribui para a manutenção da atmosfera perpetuada no filme, que dá unidade aos diversos momentos que o filme salta, sempre com uma luz desconcertante e enquadramentos espetaculares. O grande problema (não apenas) técnico da produção é seu ritmo, infelizmente. De raiz ágil, com uma proposta de flashback bem conduzida e uma primeira hora incomparável, o filme cai a partir daí, praticamente trava em sua adrenalina emocional e começa a girar em círculos, onde a narrativa passa a repetir cacoetes e situações, sem motivo. Essa queda de ritmo prejudica a apreciação e até o envolvimento mais fiel com a obra.
Felizmente como já comentado o melodrama consegue vencer a batalha e o filme se fortalece com essa pegada de emoção mais pontual. Econômico nos diálogos, os personagens são construídos por suas ações e em cima de atitudes, que os definem sem maniqueísmo. Pra fechar o pacote, um elenco impressionante é coroado com o miúdo Zain Al Rafeea, um prodígio em tudo que faz em cena, definitivamente um pequeno grande ator no qual o filme inteiro está depositado, e ele dá conta além do esperado. É também por causa dele que o trabalho de Nadine Labaki é uma evolução e uma revelação, do qual todos já ficam ansiosos pra conhecer o próximo passo.
Filmes: UMA GUERRA PESSOAL (A Private War)
A premiada repórter de guerra norte-americana Marie Colvin era conhecida por suas informações a partir dos conflitos mais brutais do mundo. Agora, um novo filme com a atriz Rosamund Pike conta a história da jornalista sobre sua atitude destemida no fronte.
Concentrado na última década de sua vida, "A Private War" leva a audiência para a linha de frente de conflitos no Sri Lanka, Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria. Colvin foi morta na Síria em 2012, enquanto trabalhava pelo jornal britânico The Sunday Times.
Baseado em um artigo sobre Colvin para a revista Vanity Fair, o filme tem Rosamund Pike usando uma cobertura sobre um dos olhos, perdido pela jornalista em 2001 após uma explosão no Sri Lanka. Entre as cenas, a atriz mostrará a jornalista fugindo de tiroteios e buscando a verdade, enquanto suas reportagens também causavam grandes efeitos em sua vida pessoal.
"Eu pensei 'Meu Deus, essa é uma mulher que seria uma alegria fazer as pessoas assistirem sobre'... pegar essa alma complicada, feroz, compenetrada, ambiciosa, vulnerável e romântica e colocá-la na tela", disse Pike. "Porque... ela é um modelo, mas um modelo de verdade."
O astro de "50 Tons de Cinza", Jamie Dornan, interpreta o fotógrato Paul Conroy, que acompanhava Colvin em suas viagens e estava com ela quando foi morta, em Homs, durante a cobertura do conflito sírio.
"Isso dá a você ainda mais respeito pelas pessoas que vão para esses lugares e tentam informar a verdade sobre o que está acontecendo", disse Dornan.
Conroy, que trabalhou como fotógrafo do set de filmagens, afirmou que os atores absorveram a "essência" de seu relacionamento com Colvin.
"(Colvin) era uma força da natureza ... Era como descascar uma cebola, ela continuava indo mais e mais e mais... até que estávamos no que ela considerava o coração", disse Conroy.
O filme é dirigido pelo documentarista indicado ao Oscar Matthew Heineman, cujos trabalhos anteriores incluem a cobertura de ativistas agrupados contra o Estado Islâmico na Síria.
"Neste mundo de notícias falsas e com jornalismo sob ataque... eu acho que é tanto uma homenagem a Marie (como também) uma homenagem ao jornalismo e à importância do jornalismo", disse ele